Líderes conscientes: a importância dos retiros

Tendo tido inúmeros clientes que são líderes empresariais em diferentes dimensões e áreas de negócio, tenho sempre a sensação de que todos iriam usufruir de uma partilha em contexto de retiro. Sair da rotina bastante solitária de constante resolução de problemas complexos de forma inovadora. 

Nas aulas privadas surgem pedidos de ajuda de coisas tão simples como:
Sobreviver fisicamente a uma reunião de 8h
Manter a frescura e foco ao longo do processo
Puxar as equipas para determinado nível energético.

O que lembro sempre é que, sendo líderes, o fundamental é dar o exemplo. Em primeiro lugar, pensar e agir como atletas de alta performance:
Treinar (corpo, mente e emoções)
Descansar
Agir fora da zona de conforto 

Ninguém é total e verdadeiramente inspirado apenas com palavras. Ser líder é dar o exemplo, abrir o peito e avançar, mesmo que o nível de vulnerabilidade seja assustador. 

Ser seguido tem sempre um nível de responsabilidade muito elevado. Não ter medo de não controlar o processo, pois a visão está alinhada com o comportamento, é arrebatador, mas com resultados muito acima das expectativas iniciais. 

Como se pode inovar sem experimentar, experienciar e errar redondamente?  Os Retiros dão espaço ao erro, à experimentação sem julgamento, ao pensamento fora da zona de conforto. 

Com o foco como base, a capacidade de tomar o risco e o erro como base de trabalho deve ser acompanhado pelo treino de resistência à frustração e consequente resiliência. Do erro nascem oportunidades, desde que estejamos seguros de nós e da nossa capacidade para olhar internamente para o que está a acontecer no momento e ver novas formas inovadoras de sentir, pensar e agir.

Os bons líderes são aqueles que dão o exemplo, mas também aqueles cuja sensibilidade emocional está ajustada e equilibrada. Perceber o conforto, o desconforto, os níveis energéticos de cada elemento das suas equipas é a chave. 

É a chave na resolução de problemas, mas também na capacidade para gerir cada elemento na direcção da extrapolação de cada pessoa na equipa para um propósito comum, mantendo a preciosa individualidade que cada um pode trazer para o grupo. 

Ter 10 pessoas com as mesmas capacidades pode ser a morte de uma empresa. Cada vez mais o sucesso depende das especificidades, da unicidade de pensamento e ação de cada trabalhador. Somos mais quando somos individuais. 

Com isto não estou a defender que devemos manter a nossa zona de conforto, antes pelo contrário. Acho que a capacidade de vulnerabilidade de um pensamento divergente do meu irá colocar-me em perspectiva e fazer-me ver a mesma coisa com outros olhos (os do meu colega do lado). 

Por isso, juntar líderes num retiro a partilhar experiências e frustrações, formas de atuação e pontos fortes e fracos de cada situação, ou mesmo apenas a alavancar o potencial de um par que atua noutra área, é uma das formas de futuro para explorar e desenvolver liderança. Não vivemos sozinhos neste planeta e isso é uma vantagem.

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