Com o fim do verão e das férias, é importante falar do regresso ao trabalho e de algo muito real: o burnout. Uma síndrome que afeta muitas pessoas, em contexto de trabalho, e que é cada vez mais comum.
Acredito que o Yoga é uma importante ferramenta para lutar contra o burnout, mas já lá chegamos. Primeiro vamos perceber o que é isto de burnout.
215 000 000 000 000€ (caso me tenha enganado no número de 0’s, são Biliões de euros) é o valor anual de prejuízo na Europa por faltas de trabalho diretamente decorrentes dos efeitos de stress ocupacional. Deste montante monstro, estima-se que 34% poderia ser reduzido caso os níveis de stress ocupacional fossem – primeiro, levados mais a sério pelos próprios trabalhadores e, em segundo, pelas instituições – reduzidos.
Quais são os sintomas de burnout?
- Esgotamento físico e mental;
- Sensação de impotência e de vazio interior;
- Falta de expectativas e pessimismo.
Perante este breve, mas catastrófico, cenário, como pode ser o local de trabalho responsável pelos sintomas?
- Sensação de desigualdade;
- Áreas ocupacionais que levem ao tédio;
- Pouca flexibilidade de horários;
- Falta de autonomia para investigar, explorar a criatividade e inovar;
- Trabalho solitário ou com equipas onde reina o conflito.
O que faz para não estar sujeito a este desgaste emocional? O que está disposto a mudar em si para ser feliz?
Pode fazer uma coisa simples para fazer frente ao burnout e viver melhor consigo e com os outros: praticar Yoga.
Yoga é união.
O grande poder de praticar Yoga é união. União entre mente e corpo, mente e emoções, emoções e corpo, união com a natureza, união com outros, união com uma consciência superior. A um nível mais específico, união com o que é básico em mim, a partir da minha capacidade de me conectar.
Quanto mais pratico Yoga, mais acredito que antes de me conectar com o “outro” necessito de me conectar comigo. Com o meu corpo, mente e emoções.
Cada vez mais tenho a consciência que tenho a responsabilidade do tipo de energia e ambiente que levo para dentro de uma sala. Quer seja no trabalho, num jantar com amigos ou qualquer interação com a minha família.
Para mim é muito importante ser especialista numa ferramenta que regule e exponencie a minha capacidade de empatia e de me conectar. O Yoga tem o poder de fazer isso mesmo: autorregulação.
Yoga é uma forma de trabalhar corpo, mente e emoções
Fugindo de mim e voltando à prática de Yoga, existem tantos tipos de Yoga como professores que a lecionam. É uma forma de trabalhar corpo, mente e emoções como um todo (levando o praticante a um aprofundamento da sua espiritualidade).
De uma forma geral, a prática de yoga tem como objetivo desenvolver o foco da mente, trazer o controlo natural para “aqui” e “agora”, com a precisão de um laser.
“Uma experiência constante de tomada das rédeas das nossas vidas”
No Yoga treinamos três características: força, flexibilidade e coordenação. Através do corpo fazemos a tomada de consciência dos nossos “Padrões de Comportamento” perante os estímulos.
Com esta tomada de consciência da realidade, ou da sua aproximação o mais possível, temos a oportunidade e o dever de fazer escolhas e agir em conformidade. Lembro ainda que uma não escolha é uma escolha que leva a alguma coisa, quanto mais não seja à desconexão e perda de tempo e de energia.
Ao praticar Yoga estamos aproximarmo-nos daquilo que acredito que é uma experiência constante de tomada das rédeas das nossas vidas. Isso, acredito pode levar-nos ao verdadeiro “empowerment”.
Façam Yoga, façam essa escolha hoje e não adiem para amanhã.
Artigo originalmente publicado em Simply Flow by Fátima Lopes.