O Yoga é património imaterial da humanidade e foi desenvolvido pelo homem e para o homem. Experimentado e aperfeiçoado, transmitido sem reservas ou direitos de autor, por um sem número de seres humanos ao longo dos tempos.
Se era mesmo necessário? Sim
Hoje é uma moda, mas o primeiro registo data de 3000AC a 1900AC com uma representação de Shiva, o Deus da morte e destruição, a praticar Yoga. Os vedantas no vale do rio Hindu, agora Paquistão, contribuíram para o desenvolvimento do 1º conceito de desenvolvimento pessoal.
Por isso e por tudo o que traz de benefícios para a saúde e bem-estar, física, emocional e mental, o Yoga deve ser protegido para que a humanidade do presente o desenvolva e a humanidade do futuro o aprenda.
Yoga e gestão de stress são inseparáveis.
Embora seja uma prática utilizada por milhões de pessoas em busca de saúde, bem-estar, equilíbrio, e uma solução mais sustentável para o constante stress e ansiedade crescentes, o yoga poderia e deveria ajudar muitos mais seres humanos a lidar consigo mesmo em contexto de stress, intrínseco ou extrínseco.
O stress não pode ser visto como um “bicho papão” do séc XXI. Sem stress quem é que sai da cama? Não passa de uma resposta do organismo para a sobrevivência perante o contexto, o ambiente.
Se olharmos para o funcionamento do organismo e como ele interfere com a nossa vida emocional e mental, mas também física, conseguimos perceber de forma rápida e fácil a importância de nos movermos e de controlarmos a respiração e o foco.
No nosso cérebro temos um mecanismo de proteção, aprendizagem e adaptação ao ambiente e ao contexto, que se chama amígdala. Sem a amígdala para dar resposta, para estimular o nosso corpo, para dar resposta a uma situação de stress, não sobreviveríamos.
Trata-se do nosso sistema nervoso mais primitivo, mas não menos importante. Herdada pelos primeiros mamíferos, ela regula emocional e visceralmente (de forma positiva ou negativa, mas isso deve ser visto caso a caso), é central e imprescindível à memória e aprendizagem.
Imaginem o que seria de nós se tivéssemos um encontro com um leão na savana e o nosso sistema nervoso se mantivesse calmo e não nos colocasse em fuga? Estávamos tramados.
Por isso o medo e as respostas físicas, emocionais e mentais a ele, são preciosos para a sobrevivência e proliferação da espécie.
Mas então qual é o problema?
O que nos está a “matar” aos poucos, desculpem a frontalidade, é a nossa incapacidade de tomada de consciência sobre o que está realmente a acontecer, o que isso nos faz sentir e qual a melhor tomada de decisão e resposta para lidar com o que nos acontece dentro e fora.
Se o Yoga pode ajudar, porque não valorizar? O Yoga é uma ferramenta de autoconsciência e controlo. Honestamente, parece feito à medida para o estilo de vida do ser humano.
Coloca a cada instante as nossas capacidades e incapacidades diante de nós. Depois o que fazemos com isso já vai depender da capacidade de cada um.
A autoconsciência permite a autorregulação. E, imagine o irónico, num espaço de 180*60cm em que apenas o corpo é necessário (pode ir até ao fim do mundo que o seu material de trabalho está sempre lá). O corpo é a única coisa que estará sempre consigo, desde que nasce até que morre, por isso é que é a melhor ferramenta de trabalho, nunca se vai esquecer dele.
Por isso é que a UNESCO não foi de modas. Se esta prática não se pode perder, então tem que se proteger e investir para que prolifere.
Dê o benefício da dúvida ao seu corpo e pratique yoga pelo menos durante 3 meses (é o tempo médio de resposta adaptativa do sistema nervosos). Depois é só sentir o seu corpo, emoções e mente a elevarem o seu espírito. Ele vai trazer-lhe soluções e respostas sem pedir nada – você investe nele e ele devolve.
Bom Dia Internacional do Yoga e bom verão – solstício de verão – que a vida sabe bem com sol, pelo menos para mim.